E um desses postos foi montado na Ilha de Fernando de Noronha principal do Arquipélago, onde um pequeno contingente de técnicos norte americanos, tendo alguns brasileiros como ligação, gravavam os fracos sinais dos foguetes durante os poucos minutos de sua passagem próxima, nos conta Adalto Gouveia.
Mais uma vez o Brasil está presente, ajudando a descobrir a existencia de vida em outros planetas.
É do Professor Nilton Rennó a coordenação da equipe pesquisadores da Nasa que identificou a presença de água em Marte e que agora com a chegada do Mars Science Laboratory a bordo do jipe Curiosity dá sequencia à mais completa pesquisa em solo de outro planeta.
Conforme noticiado no site do G1:
O pesquisador, de São José dos Campos, Nilton Rennó, que participa do projeto da NASA que levou um robô a Marte, comemorou o feito da madrugada desta segunda-feira (6-08-2012).
O cientista está nos Estados Unidos e conversou, por telefone, com a produção do Jornal Vanguarda.
Rennó comparou essa conquista a uma final de Copa do Mundo numa disputa de pênaltis, em que todos sabiam do risco, mas que felizmente o time ganhou, e ressaltou a importância da missão.
“O trabalho do robô pode trazer grandes resultados sobre a existência de vida em Marte e também para a ciência”, destacou.
O pesquisador acredita que esse é sim um primeiro passo para uma viagem tripulada para o planeta vermelho no futuro.
Ele prometeu fazer intercâmbio com cientistas brasileiros para que os pesquisadores brasileiros também possam participar desse aprendizado.
Em entrevista a Revista VEJA, Edição 2081 de 8 de outubro de 2008 é destacada a importância da pesquisa de àgua em Marte:
O engenheiro brasileiro Nilton Rennó, de 48 anos, é chefe da equipe de pesquisadores da Nasa que identificou a presença de água em Marte.
Rennó, que vive nos Estados Unidos desde 1986, é professor da Universidade de Michigan e está na missão da sonda Phoenix desde o início, em 2001.
Veja: A água encontrada em Marte é líquida a mais de 50 graus negativos. O que significa?
Já se sabia que, abaixo de alguns centímetros de poeira assentada, a superfície marciana é composta de gelo.
Nós conseguimos detectar a presença de perclorato de magnésio, um sal que, em contato com o gelo, forma uma solução líquida, um gel, a partir de 70 graus abaixo de zero.
No verão do planeta, esse sal faz a camada mais superficial do gelo ficar pastosa.
Veja: Como sabemos disso?
Temos evidências da existência de gel no ponto onde a sonda arranhou o solo ao pousar.
Isso ainda não foi anunciado oficialmente, mas a descoberta é irrefutável. O motor da Phoenix comprimiu e esquentou a superfície a ponto de derreter um pouco do gelo, esparramando uma lama salgada pela sonda. Essa lama absorve o vapor da atmosfera e forma gotas de água. Procuramos essas imagens e achamos evidências superclaras.
Veja: Outros cientistas da Phoenix questionaram a descoberta de água em Marte. Por que a divergência?
Isso decorre da diferença de métodos e dos locais que analisamos.
A outra equipe tentou encontrar água medindo a condutividade elétrica do solo.
Como um solo molhado é melhor condutor de eletricidade do que um solo seco, a equipe finca agulhas e mede a condutividade entre elas.
O problema é que eles analisaram uma área exposta ao sol e por isso não verificaram a existência de água.
A minha descoberta de água entre 1 e 20 centímetros de profundidade é um fato.
Foi aceita pela comunidade científica em palestras que demos na Europa e aqui nos Estados Unidos.
Mas há realmente discussões dentro da equipe.
Nem todo mundo concorda com nossa descoberta.
É preciso ter paciência com os vários grupos de cientistas da Nasa.
Veja: Quando vamos encontrar vida fora da Terra?
Não deve demorar muito, já que a probabilidade é altíssima.
Mais cedo ou mais tarde, vamos achar bactérias ou o rastro delas.
As bactérias começaram a surgir logo no início da história da Terra, há mais de 3 bilhões de anos.
É difícil imaginar que, em todo esse tempo, outros lugares não tenham tido condições de abrigar alguma forma de vida.
Talvez a gente encontre vida em 2010, com a próxima sonda que irá a Marte, a Mars Science Laboratory.
Se a principal missão da Phoenix era descobrir água, a MSL é um laboratório de microbiologia.
Os pesquisadores costumam não comentar isso, mas o objetivo das sondas é achar vida fora da Terra.
Logo após ao pouso do jipe Curiosity, Rennó fala ao site da Veja em
06/08/2012:
Feito inédito - Alívio porque o pouso era arriscado demais.
"É algo que nunca fizemos antes", diz o engenheiro paulista Nilton Rennó, que ajudou a construir a 'estação meteorológica' a bordo do Curiosity. Rennó acompanhou a sequência de pouso do jipe em Marte dentro do centro de controle do JPL (Jet Propulsion Laboratory, a fábrica de robôs da Nasa, berço do Curiosity).
"As pessoas estão muito emocionadas, nunca vi algo assim", diz em entrevista ao site de VEJA.
10 anos - Marte agora receberá a atenção dos terráqueos por pelo menos mais dez anos, tempo previsto para a missão do Curiosity.
A missão vai também pavimentar o caminho para futuras expedições tripuladas.
Vários dos instrumentos do Curiosity servem para medir o ambiente marciano e definir quão hostil ele é para os seres humanos.
O trabalho científico deve começar imediatamente.
Segundo Rennó, as equipes se reunirão nesta segunda-feira de manhã para definir o plano de ação no planeta vermelho.
"Durante os primeiros dias vamos testar os instrumentos, ver se está tudo dentro do normal", diz.
"Vai demorar alguns dias para colocar o jipe em movimento".
É possível, contudo, que Curiosity comece seu passeio pela cratera Gale, na região equatoriana de Marte, antes do esperado.
De acordo com as primeiras fotos enviadas, o jipe pousou em uma área plana, praticamente sem pedras.
"Talvez isso adiante as coisas", explica Rennó.
Ao site do Bom Dia Brasil afirma:
“O que eu acho mais interessante é saber que há vida bacteriana, ou vida em geral em algum outro lugar além da terra.
E Marte é o mais próximo, o mais fácil de testar essa hipótese, ter vida além da terra, no meu ponto de vista”, diz Nilton Rennó.
E completa, “quer dizer que vida não é tão difícil de acontecer, como aconteceu na terra.
Provavelmente, o universo está cheio de seres inteligentes".
Fontes:
Cientista de São José dos Campos na Nasa fala sobre o robô Curiosity