27 de out. de 2012

Contando estrelas...

Vista de campo amplo da Via Láctea, mostrando o tamanho da nova imagem VISTA

Utilizando uma imagem enorme, de vários gigapixeis, do telescópio de rastreio infravermelho VISTA, localizado no Observatório do Paranal do ESO, uma equipe internacional de astrônomos criou um catálogo de mais de 84 milhões de estrelas situadas nas partes centrais da Via Láctea.
Esta base de dados gigantesca contém dez vezes mais estrelas que estudos anteriores e representa uma enorme passo em frente na compreensão da nossa Galáxia. 
A imagem proporciona-nos uma incrível visão detalhada da região central da nossa galáxia.
"Ao observar em detalhe as miríadas de estrelas que circundam o centro da Via Láctea, podemos aprender mais sobre a formação e evolução, não só da nossa galáxia, mas também das galáxias espirais duma maneira geral," explica Roberto Saito (Pontificia Universidad Católica de Chile, Universidad de Valparaíso e The Milky Way Millennium Nucleus, Chile), autor principal deste estudo.
A maioria das galáxias espirais, incluindo a nossa galáxia, a Via Láctea, possuem uma grande concentração de estrelas velhas que rodeiam o centro, zona a que os astrônomos chamam o bojo. 
Compreender a formação e evolução do bojo da Via Láctea é vital para compreender a galáxia como um todo. 
No entanto, obter observações detalhadas desta região não é tarefa fácil.
"Observar o bojo da Via Láctea é muito difícil porque este se encontra obscurecido por poeira," diz Dante Minniti (Pontificia Universidad Catolica de Chile, Chile), co-autor do estudo. 
"Para espreitar para o coração da galáxia, temos que observar no infravermelho, radiação que é menos afetada pela poeira."
O enorme espelho, grande campo de visão e detectores infravermelhos muito sensíveis do telescópio de rastreio do ESO de 4,1 metros, o Visible and Infrared Survey Telescope for Astronomy (VISTA), tornam-no de longe o instrumento ideal para este estudo. 
A equipe de astrônomos utiliza dados do programa Variáveis VISTA na Via Láctea (VVV) [1], um dos seis rastreios públicos levados a cabo pelo VISTA. Os dados foram usados para criar uma monumental imagem a cores de 54000 por 40500 pixeis, o que corresponde a um total de 2 bilhões de pixeis. 
Esta é a maior imagem astronômica já feita. 
A equipe utilizou estes dados para compilar o maior catálogo até hoje da concentração central de estrelas na Via Láctea [2].

Veja o mosaico das partes centrais da Via Láctea:

VISTA gigapixel mosaic of the central parts of Milky Way 


Saiba mais: 
84 milhões de estrelas e ainda estamos a contá-las